De Ayers Rock voamos para Cairns, que viria a ser o ponto de partida para explorar a grande barreira de coral!
Com a finalidade de explorar ao máximo a grande barreira de coral (motivo principal da minha incursão na Austrália) decidi fazer um live aboard, que consiste em ficar a dormir num barco (de seu nome Sun Quest) no recife de coral. Fazendo até um máximo de 5 mergulhos mais um nocturno por dia. Fiquei 3 dias no barco! Este barco fica permanentemente no outer reef, que é a zona exterior da barreira de que coral e que por isso está em melhor estado do que a zona mais perto da costa que está mais exposta à degradação, e nós chegamos até ao nosso "hotel" através um outro marco mais pequeno que serve de "shutle" para Cairns.
A experiência foi óptima, a maior parte do tempo é passada a mergulhar, no entanto o espaço entre mergulhos também existe tempo para fazer o que se quiser... os diversos mergulhadores entretêm-se com diferentes actividades, há quem use o tempo para ler um livro, para apanhar banhos de sol, para ler um livro, para discutir sobre o anterior/próximo mergulho, quem trabalhe no computador as fotos que acabou de tirar debaixo de agua. É sem duvida um tipo de viagem a procurei repetir.
No que ao mergulho propriamente diz respeito, devo confessar que ficou um pouco aquém das expectativas que trazia de casa. Por falta de sorte a visibilidade não estava no seu melhor, mas mais importante do que isso havia uma parte significante de coral morto. Nem sempre quantidade é sinonimo de qualidade e vários mergulhadores, mais experientes e que já mergulharam em mais sítios do que eu chegaram à mesma conclusão é o maior, mas existem corais de cores mais vivas noutros sitios.
No entanto, vi espécies de peixes e tipos de corais que nunca tinha visto na vida e adorei o mergulho!!
O momento alto destes dias foi sem dúvida mergulho nocturno com tubarões.
Para atrair os tubarões a tripulação começa a alimentar-los e não foi preciso muito tempo para que a plataforma do barco estivesse CHEIA de tubarões!! A um determinado ponto era impossível saltarmos para dentro de água pois iríamos certamente aterrar em cima de 2 ou 3 tal era a concentração de barbatanas que víamos na superfície... como não conseguíamos entrar, pararam de os alimentar e ligaram então um foco de luz fortíssimo na proa (parte da frente do barco) para afastar os tubarões da popa (parte detrás do barco). Este foco de luz atrai o planton, que por sua vez atrai peixes pequenos, que por sua vez atraiem os tubarões, que por sua vez nos atraem a nós...depois é rezar que a cadeia alimentar fique por aqui!!!
Neste barco, pela primeira vez desde que faço mergulho, os mergulhos não são guiados, ou seja, não temos um instrutor (que já conhece o recife) a dizer-nos para onde devemos ir! Quem quiser pode ter mediante pagamento, mas o tuga (e um Belga que por lá andava) não precisavam disso (o orgulho masculino às vezes pode atrapalhar...)!! Se de dia a ideia não nos fez muita confusão, à noite, prontos para saltar para cima de tubarões também não fez - (a atrapalhar again!!)
Apesar de sabermos que, teoricamente, este tipo de tubarões não ataca humanos, prestes a saltar para dentro de agua não conseguia deixar de pensar que, dadas as circunstancias, não é a coisa mais inteligente que ia fazer na vida... a água cheia de tubarões depois de lhes terem sido servidas umas entradinhas, de noite (altura onde os tubarões estão mais activos) enfim, lá fomos nós!
Para quem ainda não mergulhou à noite é a experiência que mais se deve aproximar de navegar no espaço! A ausência de gravidade e de luz fazem com que seja uma experiencia única! Se desligarmos os focos que trazemos na mão deixamos de ver por completo, perdemos a noção da direcção da superfície e do fundo, a unica coisa que ouvimos é o barulho da nossa própria respiração e se agitarmos as mãos à frente dos nossos olhos ficamos rodeados de plancton que devido à agitação de partículas que causamos com o movimento dos braços ficam florescentes!! É como termos pequenas estrelas (mas verdes) a rodearem-nos!
Começamos a mergulhar debaixo do barco, onde a única coisa que conseguia ver era através do pequeno foco de luz para onde apontava com a minha tosca lanterna (havia lanternas maiores e mais potentes, mas também essas eram pagas! :) ) Não faço ideia quantos tubarões estavam naquela zona pois só conseguia ver aqueles que acidentalmente entravam no meu foco de luz ou aqueles que eu conseguia apontar e seguir por breves instantes e que foram muitíssimos. Foi também isso que deu emoção ao mergulho pois nunca sabia de onde é que poderia aparecer o próximo! Alguns, os mais curiosos, chegaram verdadeiramente perto de nós!!
A filmagem não ficou nada de especial mas dá para ter uma pequena ideia de como foi....
Depois de ter terminado a minha estadia no Sun Quest regressei a Cairns para me reencontrar com os meus pais para no dia seguinte voltarmos ao recife para explorar a barreira de coral a partir de uma plataforma. Eu voltei a mergulhar, desta feita com o meu pai como companhia. A minha mãe foi explorar o recife de submarino, maneira bastante mais confortavel e seca de o fazer! :)
Foi muito bom voltar a mergulhar com o pai, durante o mergulho vimos tubarões, nemo's (peixes palhaço), vários tipos de corais, raias e no final ainda tivemos a oportunidade de privar com um peixe bastante amigavel.
Atenção que há medusas bem potentes!!
ResponderExcluiristo é tudo magnífico.
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