Depois da paragem obrigatória em Sydney por 6 dias, partimos para o Outback Australiano (deserto Australiano), mais concretamente para o Ayers Rock, que é o ponto mais próximo para se poder observar o Uluru e as Olgas.
Aterrar no Outback permite ter uma visão única sobre os terrenos áridos, desertos e ao mesmo tempo coloridos da zona. Uma galeria de arte natural que só do ar é possível ser apreciada!
O Outback é caracterizado por atingir temperaturas altíssimas (como qualquer outro deserto, ok…) mas também por ter a terra completamente encarnada! As condições climatéricas aqui são tão adversas que fazem com que praticamente ninguém consiga aqui viver, razão pela qual a Austrália tem uma densidade populacional tão baixa - é que de facto a grande maioria do país é um enorme deserto!
As moscas são tantas que a maior parte dos turistas usa redes na cabeça...
...O Tuga improvisou com a toalha do Hotel!
Com excepção dos aborígenes, povo natural do deserto Australiano. Estes caracterizam-se por serem nómadas, por se abrigarem em grutas, caçarem o que conseguirem, e por maioritariamente alimentarem-se de répteis. O grande e constante desafio das suas vidas é mesmo o da sobrevivência, que aqui se revela um full-time-job!
No primeiro dia fomos visitar o Uluru. Este rochedo gigante que se emerge a 310 metros de altura, numa planície de perder de vista, é uma rocha sagrada que tem um significado muito especial para os aborígenes locais. A rocha é de facto imponente e impressionante, mas é ao por do sol que ganha ainda mais beleza pois torna-se ainda mais encarnada!
Existe, para quem quiser, a possibilidade de subir ao Uluro. No entanto, os locais não gostam que isso seja feito, não por ser uma rocha sagrada (como eu pensava), mas sim porque já morreram inúmeras pessoas a tentar fazê-lo e eles não querem que situações dessas se repitam nas suas terras.
Como guia tínhamos uma aborígene e uma tradutora Japonesa. A aborígene explicava primeiro na sua linguagem, e posteriormente a Japonesa, que está a viver em Ayers Rock há 4 anos, traduzia para Inglês. Algo que soava um pouco a falso, dada a quantidade de vezes que a Japonesa já tinha feito o tour!!
Depois de tentarem fugir a inúmeras perguntas sobre a vida dos aborígenes nos dias de hoje (falavam sempre da vida no passado, quando viviam em grutas) para o turista ficar com ideia de que ainda hoje eles viveriam como há 50 anos atrás, perguntei directamente se a nossa guia e/ou os seus familiares ainda iam caçar para se alimentarem ou, assim como nós, iam “caçar” ao supermercado! A resposta foi a previsível: assim como nós vão ao supermercado, e a avaliar pela foto também devem ir à mesma loja de telecomunicações, não estivesse o seu telemóvel Samsung pendurado ao pescoço!
O dia seguinte foi guardado para as Olgas, que depois de se ver o Uluru acaba por ser um pouco mais do mesmo. No entanto, ao contrário do Uluru que é um rochedo maciço, as Olgas estão partidas em vários rochedos mais pequenos, o que nos dá a oportunidade de ficar rodeado por paredes gigantes à nossa volta!
Acabámos por ficar 3 dias no deserto, o que nos deu para descansar e para experimentar o tradicional BBQ com carne de crocodilo, de canguru e de vaca (esse animal raro!).
No meio do deserto, com dois rochedos (ainda que muito bonitos e imponentes) apenas para serem visitados, o turista dificilmente se vai embora sem deixar para trás mais alguns dólares do que tinha planeado inicialmente, tal são as diferentes opções disponíveis para visitar as pedras!
Pode-se ir visitar o rochedo de avião, de helicóptero, de moto, de camelo, pode-se jantar em frente ao rochedo, pode-se ter um tour normal, outro com champanhe, etc! Seria difícil imaginar mais maneiras de o fazer!!