quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Mandaley!! (e o visto no passaporte!?)

Depois de uns dias bem passados em Yangon, decidi partir para Mandalay.
O autocarro noturno de 14h que liga as duas cidades é novo e tem boas condições, mas infelizmente tem A/C, TV e rádio. Durante as 14h foi impossível adormecer! O A/C estava sempre num gelo, o que me obrigou a enfiar-me dentro do saco-cama para sobreviver. O filme estava sempre altíssimo e a plateia (que provavelmente não tem TV em casa) não parava de rir. Nos intrevalos dos filmes, passavam para o rádio com orações budistas. E assim foi até Mandaley...

Após algumas horas de recuperação da viagem de autocarro, fui conhecer a cidade. Os 2 pontos altos de Mandaley são a ponte de madeira em Amarapura e a Mandaley Hill. Ambos devem ser vistos ao pôr do sol.



Decidi começar pela ponte de madeira (Ubein's brige), a maior ponte de madeira de teka do mundo! Para lá chegar recrutei uma moto-taxi cujo condutor tinha ascendência indiana. Connosco, mas noutra mota, veio o Frederic (Francês, guia turístico a viver em LA), que me viria a acompanhar nos dias seguintes de viagem.

A atmosfera vivida na ponte é mágica! Vale a pena ficar umas horas a observar a "vida" da ponte. Os locais atravessam com as suas bicicletas, os monges ficam sentados nas zonas de descanso/sombra e os pescadores lançam as redes mesmo ali ao lado. Tudo isto debaixo de um pôr do sol incrível!






No dia seguinte, sabendo que tinha de deixar Mandaley Hill para o pôr do sol, decidi aproveitar o dia para ir ao Palácio (que vale 0 a pena ser visto) e andar pela cidade. Quando estava numa das muitas tea shops da cidade, lembrei-me que não tinha deixado o visto para o Vietnam (meu próximo destino) a fazer na embaixada em Yangon. Liguei de imediato para a embaixada, onde me disseram que demoraria um semana a fazer, o que hipotecaria os meus planos em Myanmar pois obrigar-me-ia a regressa muito mais cedo a Yangon...

Depois de explicar a situação toda à vietnamita da embaixada, e de lhe dizer que conhecer o país dela era um sonho de criança, ela acabou por ser muito flexível (surpreendentemente!!) e disse-me que lhe enviasse o meu passaporte por FAX que ela fazia o pedido do visto por mim e assim eu poderia voltar mais tarde para Yangon só para o levantar.

Fui então à procura de uma casa de fotocópias e de algum lugar em que pudesse enviar um fax. Depois de muita procura, apontaram-me uma rapariga e uma senhora de idade que estavam sentadas no quintal de casa delas. Perguntei se tiravam fotocópias, responderam que sim, dei-lhes o meu passaporte, e a rapariga foi para dentro de casa ficando eu sentado ao lado da senhora de idade. Cerca de 25min se passaram neste cenário sem se trocar uma única palavra, até que a rapariga voltou com o meu passaporte e a respectiva fotocópia.

Explicaram-me que para enviar um fax tinha de ir ao Instituito das Comunicações. Quando cheguei ao dito Instituto, dirigi-me ao giche e depois de proferir a palavra FAX em todas as pronuncias possíveis e imaginárias e mesmo assim não me conseguir fazer entender, fui "salvo" pelo Chuik que me levou até ao prédio dos faxes. Enquanto esperava que o fax fosse enviado fiquei à conversa com o Chuik. Fiquei a saber que trabalha nos computadores da biblioteca do Estado, que falava inglês e que (achava que) falava Francês.

Com o fax enviado restava-me rezar para que a Vietnamita em Yangon me fizesse o visto!

Despedi-me do Chuik e segui para Mandaley Hill. A montanha, que está coberta de templos, era maior do que eu imaginava e acabei por chegar ao topo a tempo de ver apenas os últimos raios de sol do dia. Seja como for, os templos que se atravessam para chegar ao topo, bem como a vista panorâmica sobre a cidade, fazem valer a pena o esforço dispendido na subida.
Aqui reencontrei o Frederic que me deu boleia de mota até ao meu hotel.

No dia seguinte acordei tarde e fui tomar o pequeno almoço a um sítio de "locals" e, passados poucos segundos de me ter sentado à mesa, o Chuik veio todo contente convidar-me para me juntar a ele na sua mesa.

Deu-me algumas dicas sobre sítios a visitar, fez-me perguntas sobre o meu país e no final não me deixou pagar o meu pequeno almoço. Ele, que tinha trazido o almoço de casa para não gastar dinheiro. A única forma de "pagamento" que encontrei foi tirar a foto abaixo (em que ainda estou a dormir) e prometer-lhe que a enviava para o email.

Sem muito mais para ver em Mandaley, decidi comprar um bilhete de barco para seguir no dia seguinte pelo rio Ayeyarwady até Bagan.

4 comentários:

  1. Mano,

    Brutal. Grande viagem.
    Se tiveres perto de Hong Kong no final de Março, temos lá torneio. Ainda nao sei se vou, mas assim que souber digo-te alguma coisa.
    Abraços,
    VSU

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  2. Um abraço para o pai (Carlos) outro para o filho. O espírito e a vontade de descobrir e partilhar experiências em novas e desconhecidas paragens são de louvar. A sorte e a saúde têm obrigação de ser, a todo o momento, boas companheiras na viagem. Bras Gonçalves (http://parquedospoetas.blogspot.com/2010/02/descoberta-dos-sonhos.html#links)

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Grande Vasco!!

    porque e' que nao sabes se vais?

    Gostava muito de ir la' ver uns jogos, mas nessa altura devo estar na Australia...

    Abraco!

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