terça-feira, 13 de outubro de 2009

O Reino do Dragão


O Butão (existe e) é um país inacreditável.


Tivemos 4 dias para o visitar (a taxa de 200USD/dia obrigatória para os turistas não é propriamente barata), mas valeu cada centimo que pagámos. Tudo começou no avião, onde tivemos direito a ver a montanha mais alta do mundo: o evareste! A sensação de estarmos a voar entre as nuvens e de vislumbrarmos o cume de uma montanha acima dessas mesmas nuvens, só 2000 metros abaixo de nós, é única. Por outro lado, a aterragem também foi emocionante/assustadora, tendo em conta que vagueamos entre as montanhas até chegar ao aeroporto de Paro.


De seguida, fomos calorosamente recebidos pela nossa guia e seguimos para Timphu no proprio dia. O Butão é um país totalmente diferente do Nepal. Composto por somente 650000 habitantes, aqui não existem "castas" e a mulher tem os mesmos direitos que o homem e este têm as mesmas obrigaçoes (nomeadamente domésticas) que a mulher. Costuma-se dizer que uma mulher butanesa casada é MBA - "married but available" - what ever that means...lol


A educação e a saúde é gratuita, como em Cuba. É o único país no mundo onde não há sinalização nas estradas (a dada altura, chegaram a ser colocados, mas a populacao pediu para serem retirados pois tornavam a cidade impessoal...), mas a organização e o civismo dos butaneses é exemplar. O governo aposta no ecoturismo porque se preocupa muito com as questoes ambientais e 72% do país é composto por floresta. É proibido vender tabaco, as ruas estão limpas, os monumentos históricos são regularmente restaurados (protegem o patrimonio que têm) e as pessoas parecem felizes. Conscientes da importância do turismo para a riqueza do país, mas alertados para os seus efeitos nefastos (evidenciados nos países vizinhos), os butaneses exigem uma taxa minima diaria para a estadia no Butao, filtrando um pouco a “qualidade” e quantidade de turistas presentes e garantindo assim a preservação da sua cultura. Em 2005, tiveram 12000 turistas por ano. Agora tem vindo a subir.







Quanto à sua história, ainda só vão no quarto rei...







Por outro lado, os guias turisticos desdobram-se para agradar os seus clientes e o povo é naturalmente acolhedor e simpático. Por exemplo, dissemos à nossa guia que gostariamos de visitar uma casa rural. 5 minutos depois ela estava a bater à porta da casa de um agricultor a perguntar se podiamos visitar. A pobre da dona de casa aceitou com um sorriso e ainda se desculpou pela desarrumação. Nunca conhecemos um país tão acolhedor.




Vimos animais estranhos e que desconheciamos existirem, nomeadamente o Takin, o animal nacional do Butão. Visitámos fortalezas e mosteiros budistas (com monges de 5 e 6 anos) em Timphu, Punnaka e Paro. Os monges geralmente iniciam-se aos 6 anos (obviamente forçados/influenciados pelos pais) e caso queiram desistir na idade adulta, têm de pagar 5000USD e tal é considerado um pecado grave. Passeámos pelo museu nacional, assistimos a cerimonias religiosas e a varios rituais com oferendas aos deuses (uma vez que existiu um terramoto uma semana antes de nós chegarmos - 12 mortos - e a populacao estava com receio d uma outra catástrofe ainda mais forte), tomámos chá no quarto de um monge num mosteiro budista, visitámos um macaco domesticado numa casa butanesa (q fez o favor de roubar os óculos do jonas e rosnou furiosamente contra a nossa guia, quando esta conseguiu recuperá-los), entrámos na sala de aulas de uma escola de arte tradicional, fomos a um astrologo budista prever o nosso futuro e fizemos trekking (nunca mais nos livrámos disso…) até ao Tigger Nest, o monumento mais imponente de todos!










Basicamente, foram 4 dias em cheio onde não parámos um só segundo e saímos de lá a saber mais de budismo do que o próprio Buda! E terminámos o passeio a tomar banho de pedras quentes e a voltar em primeira classe (devido a um erro da companhia aerea).

Por outras palavras, a viagem foi intensa em todos os aspectos, e recomendamos vivamente (quem tenha oportunidade) para visitar a “Terra do Dragão”.

2 comentários:

  1. Que sonho! Entretanto estamos em Lisboa, temos pena de não estarem cá! Mtos beijinhos

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  2. Takin!?!?!?!? Tás a gozar não tás!!! Nem o mítico David Atenborough da National Geograpic já ouviu falar nesse Takin!!!! lol

    Abcs!!!

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